Fúria no Inferno Verde – Aventura: Um pássaro na mão vale mais do que dois voando



Crônica: Fúria no Inverno Verde
Ano I, 2º Temporada, Nona Sessão
Sistema: Lobisomem: O Apocalipse (W20)
Cenário: Amazônia, início do Século XIX
Narrador: Glailson Santos
Data: 19/08/2017 (Sábado)

Resumo da Sessão:

Após enfrentarem a desafiadora turba de porcos cadavéricos e sofrerem graves ferimentos no sangrento combate dentro dos limites do território pantanoso e repleto de emanações da Wyrm, a maior parte da Matilha Tempestade Sob o Rio recua para a segurança da terra firme para buscar cuidar de seus ferimentos e recuperar o fôlego para uma nova investida. Todos estão preocupados com a Theurge Poeté, que segue incapacitada após ressuscitar pela benção da fúria depois de sofrer ferimentos mortais durante o combate. O Galliard Enzi Rompe-Correntes é o único que ficou para trás, com a missão de investigar a ameaça no coração do território dominado pelas foças da Wyrm.

A matilha procura manter-se apenas longe o suficiente para atender qualquer eventual pedido de aguda vinda de seu batedor, entanto tentam traçar um novo plano de ação. Eles logo são surpreendidos pelo repentino despertar de Poeté, a Theurge, que parece milagrosamente refeita de seus mais graves ferimentos. O alfa, Apoena Olhos-de-Serpente, percebe uma estranha rã se afastando de Poeté, enquanto ela tenta se levantar. Intrigado, ele percebe que a misteriosa rã é o espirito númen de Poeté materializado,que, de alguma forma, parece ter sido capaz de restabelecê-la. A constatação do quão poderoso pode ser o insuspeito aliado espiritual da Theurge, atiça a curiosidade do Filodox Uktena, que tenta interrogar o espirito materializado enquanto ele se embrenha na mata. Apesar de ser ignorado, Apoena, suspeita de que o espirito, que se revela um poderoso aliado, guarde muito mais mistérios do que aparenta, suas elucubrações, porém, logo são abandonadas pela necessidade de dar respostas aos desafios imediatos que confrontam sua matilha.

Restabelecida, Poeté usa seus hábeis dons de cura para tratar dos ferimentos de seus companheiros de matilha, logo a Tempestade Sob o Rio volta a erguer-se ameaçadora e imponente, embora não completamente recuperada. Seus membros sentem-se capazes de retornar ao campo de batalha para enfrentar qualquer que seja o oponente que os aguarda. Entretanto, Poeté os surpreende mais uma vez, revelando novidades que lhe foram trazidas por sua rede espiritual: o Cônego encontra-se na Vila de Beja, que há pouco eles haviam deixado para trás. Ao tomar conhecimento do relato de Enzi, que havia encontrado um buraco profano em uma clareira no coração da área dominada pela Wyrm, Poeté logo tem certeza de que se trata de um Buraco da Wyrm, um poderosíssimo Maldito, capaz de cuspir todo tipo de aberração através da película, um desafio há altura até mesmo da temida matilha de guardiões da Seita, o Enxame de Jacira.

Apoena e seus companheiros de matilha consideram a possibilidade convocar reforços entre os guerreiros da Seita dos Guardiões do Utinga para enfrentar este novo e temível desafio, mas decidem não fazê-lo. O Maldito parece estar em um estado de dormência, como se estivesse enfraquecido ou aguardando as ordens de algum mestre sombrio para voltar à atividade, este mestre seria certamente a Matinta. Ratonaketon pondera que não há qualquer indicio da presença da bruxa no local e que o Maldito deve ter sido plantado por ela como uma mera distração para tirar a matilha de seu encalço. A Tempestade Sob o Rio então decide abandonar o território onde encontra-se o Maldito e retornar para a Vila de Beja ao encontro do Cônego Língua-Ferina.

Nas cercanias da vila, Apoena, Poeté e Ratonaketon vão ao encontro de Língua-Ferina e seu companheiro, Isca-de-Onça. Enquanto os demais membros da Tempestade Sob o Rio os seguem pela Penumbra. O Cônego, como os habitantes locais se referem ao Ragabash Língua-Ferina, é uma figura proeminente entre os humanos, ele logo providencia um local reservado para se reunir com os membros da matilha, tranquilizando os moradores locais com seu impressionante carisma e liderança. Ele revela que seguia os rastros da matilha na esperança de poder auxiliá-los de alguma forma, Apoena relata as descobertas feitas pelos membros da Tempestade Sob o Rio e Poeté conta-lhe sobre a situação de Mariazinha, a menina que está em processo para tornar-se um Fomor, a Theurge guarda esperança de que o experiente Ragabash Filho de Gaia saiba uma forma de ajudá-la.

O sagaz Língua-Ferina, após refletir alguns instantes sobre a situação relatada pela matilha, parece traçar um plano. Ele diz que com os poderes curativos de Poeté e os conhecimentos de um antigo ritual talvez, juntos, os dois possam salvar a menina e ainda descobrirem o paradeiro da bruxa. O plano, antecipado pelo perspicaz Ratonaketon, é libertar o maldito que busca se fundir à alma da jovem para tentar segui-lo enquanto ele retorna para quem o enviou até a vila, presumidamente a Matinta. Do outro lado da película, os companheiros de matilha de Poeté têm dificuldades para convencer Enzi, que parece decidido a sacrificar a menina antes que o seu processo de transformação seja concluído, mas todos ficam aliviados quando Língua-Ferina anuncia que talvez haja uma chance de salvá-la.

Na casa da jovem Mariazinha, Poeté e Língua-Ferina realizam o Ritual de Esculápio, os dois passam a noite em vigília, orando e suplicando aos espíritos por uma orientação sobre como reverter a situação da jovem e salvar sua vida. Poeté aproveita a oportunidade para buscar aprender os segredos desse antigo ritual, sendo generosamente instruída por Língua-Ferina. Na madrugada, uma visão revela ao Ragabash uma maneira eficiente, embora arriscada e ele, corroido pelo remorso de expor a jovem matilha a tantos perigos, secretamente faz uma promessa para retribuir a benevolência dos espíritos. Logo ele revela a Poeté que a execução habilidosa do dom Exorcismo, que por acaso ele conhece, pode separar o maldito que tenta se apossar da alma da menina da menina, mas o choque da separação, provavelmente levaria à destruição do corpo da garota, a menos que poderes curativos de Poeté fossem administrados com igual habilidade e simultaneamente para reparar os potenciais danos físicos do processo.

Ao nascer de um novo dia, o Cônego usa o poderoso dom para arrancar o maldito que tenta dominar a jovem, enquanto Poeté usa toda a sua renomada habilidade como curandeira para estabilizar o corpo da menina, ao final do processo, a menina está salva, embora completamente esgotada, ela irá se recuperar, e o Maldito está livre na Penumbra. Do outro lado da Película, Galahad e os demais membros da Tempestade Sob o Rio confrontam o espírito servo da Wyrm, a figura imponente e aterradora do imenso Ahroun Cria de Fenris é suficiente para colocar o Maldito em fuga. Poeté e Apoena cruzam também a película e seu juntam a seus companheiros de matilha na Penumbra. Mantendo cautelosa distância, eles seguem o maldito em fuga.

Por sorte o plano parece surtir efeito, com alguma dificuldade a Matilha se mantém firme no rastro do Maldito, que toma uma direção oposta a daquela onde os Garou haviam encontrado o Buraco da Wyrm. Assim, eles são conduzidos até o que parece ser uma velha cabana abandonado no coração das regiões selvagens. Espiando o mundo físico através da película, eles percebem que o local ainda parece habitado e se aproximam, retornando ao mundo material, mas são logo confrontados por três porcos cadavéricos que buscam repelir sua aproximação.

Ignorando o que lhe parece ser apenas mais uma distração, Galahad não perde tempo e atravessa as paredes da velha cabana para se deparar com um único grande cômodo, onde estava uma velha de aparência decadente e monstruosa. Ele agarra a velha aterrorizada com o imenso Garou em forma de batalha, mas domina a própria fúria para não eliminá-la imediatamente. O Ahroun está certo de que finalmente colocou suas garras sobre a ardilosa bruxa. E ao se ver como alvo principal do ataque dos porcos monstruosos que pareciam tentar guardar a Matinta, Galahad tenta usa-la como escudo, mas é surpreendido ao ver a velha ser dilacerada impiedosamente pelas criaturas que insistem em ataca-lo. Felizmente, os oponentes, embora ainda maiores e mais poderosos do que os que haviam enfrentado anteriormente, não se mostram um desafio à altura da numerosa matilha.

Palavras-na-Escuridão e Ratonaketon partem em busca de Preto Domingos enquanto o restante da Matilha confronta e elimina um a um o que lhes parece ser os últimos porcos cadavéricos a serviço da Matinta. Uma vez que não há sinal de Preto Domingos no interior da decadente Cabana, Ratonaketon e Palavras-na-Escuridão decidem escalar o telhado da precária construção para buscar uma visão privilegiada dos arredores e observam, em um igarapé que passa atrás dela, um jacaré que parece se afastar sob as águas. Cientes de que Preto Domingos afirmava ser um Parente Mokolé, eles creem que trata-se do refém que vieram resgatar, que, no fim das contas, teria se revelado um Mokolé verdadeiro, e partem para encontra-lo.

Surpreso pelo que parece ter sido o fim da bruxa, Apoena corre em direção ao igarapé tentando se juntar à Palavras-na-Escuridão e Ratonaketon, mas sua atenção é atraída por algo que se afasta do campo de batalha embrenhando-se na mata. Ele convoca seus companheiros de matilha que haviam o ajudado a derrotar seus oponentes para uma caçada do que parece ser agora o último dos monstros, uma imensa porca cadavérica que tentava escapar das garras dos guerreiros de Gaia. 

O primeiro a alcançar a criatura é Galahad. Ele desfere sobre ela um golpe tão poderoso e infundido de fúria que quase a parte ao meio, deixando sua vida por apenas um fio, mas consegue conter-se para que seus companheiros de matilha possam se aproximar e tentar interroga-la, o que se mostra um desafio, pois a criatura apenas grunhe e guincha em dor e desespero. Felizmente, o Galliard Enzi “Rompe-Correntes” possui o dom que lhe permite se comunicar com animais e consegue estabelecer algum dialogo com a odiosa criatura. Ela revela-se incrivelmente ardilosa, é a “mente” por trás de todos os acontecimentos que tem assolado a Matilha e os moradores da Vila de Beja. 

A velha que havia perecido instantes antes na Cabana era uma de suas servas, uma espécie de canal para que a criatura pudesse interagir com os humanos. E como última cartada ela diz ter convocado o Buraco da Wyrm para que o Maldito viesse por fim a existência dos Garou, mas que poderia lhes fazer uma oferta, pois ela própria não seria mais do que o instrumento de um mal ainda maior que ela dizia estar disposta a revelar,  localização do covil de seu senhor profano, um mal que há incontáveis séculos assola o coração da floresta, desde que, em nome da honra do Poraquê, eles jurassem polpar sua vida e impedir que ela perecesse pela perda de sangue que estava sofrendo, afinal, eles traziam consigo uma habilidosa curandeira. 

Os detalhes que a porca-bruxa demonstra conhecer sobre a matilha os intriga, mas antes que pudessem todos considerar a oferta feita por ela, o alfa, Apoena Olhos-de-Serpente, decide por fim a vida da hedionda criatura com um movimento rápido de suas garras. A Matinta está finalmente morta. E a matilha, ainda sem que Ratonaketon e Palavras-na-Escuridão tenham retornado com Preto Domingos, decide partir para confrontar a ameaça do Buraco da Wyrm.

Lançando mão do vinculo que compartilham através do Totem Poraquê, eles contatam Palavras-na-Escuridão que informa que Preto Domingos foi envenenado pelo sangue profano dos porcos cadavéricos ao tentar confrontá-los e se encontra perigosamente próximo da morte. Apoena envia Poeté escoltada por Enzi para tentar salvar a vida de Preto Domingos, enquanto os demais membros da matilha tentam retornar para as cercanias da Vila de Beja para confrontar o Buraco da Wyrm.

Quando finalmente chegam aos limites do igapó onde encontraram o Buraco da Wyrm e estado latente, eles se depararam com Língua-Ferina bastante ferido, pela primeira vez em sua forma Crinus, trazendo nos braços o corpo morto de seu companheiro de matilha, o Filodox Roedor de Ossos, Isca-de-Onça. Eles haviam confrontado e derrotado o Buraco da Wyrm como parte do pacto feito por Língua Ferina com os espíritos durante a realização do Ritual de Esculápio, na noite anterior, e a morte de Isca-de-Onça havia se provado um preço terrivelmente alto a se pagar pela ousadia de confrontar um inimigo poderoso demais para uma matilha formada por apenas dois Garou. Isca-de-Onça havia dado a própria vida para a missão que o conduziu desde que ingressou nas fileiras da Nação Garou, servir de guia e guarda-costas de seu companheiro de matilha, um Garou que ele acreditava ser capaz de um dia mudar os rumos da história da província e o destino de seu humilde povo. Língua-Ferina, mais do que nunca estava disposto a demonstrar que a morte de seu amigo querido não havia sido em vão, mas agora era preciso impedir a morte de outro grande amigo seu, Preto Domingos. Assim, ele e a maior parte da Matilha Tempestade Sob o Rio partem em direção ao encontro com o moribundo Preto Domingos para se juntarem a Palavras-na-Escuridão e Ratonaketon.



0 Comentários